Sul do Cemitério, Rua 5 - São Vicente Cabo Verde - geral@biosfera1.com - (+238) 2317929

Alcatraz-pardo Sula leucogaster

O alcatraz-pardo é uma ave marinha de grandes dimensões, da família dos sulídeos, com distribuição pantropical, habitando ilhas e zonas costeiras, muitas vezes em simpatria com outras espécies congéneres como o alcatraz-de-patas-vermelhas.

  • Estatuto de conservação
    Estatuto de conservação

    Pouco Preocupante

  • Habitat
    Habitat

    Marinho

  • Distribuição
    Distribuição

    Ilhas e ilhéus de Santiago, Brava, Baluarte, Curral Velho e Raso.

  • Tamanho
    Tamanho

    Comprimento 64-85 cm; Envergadura 132-155 cm

  • Peso
    Peso

    950-1800 g

Endemismo
Não. É uma espécie residente em Cabo Verde, mas ocorre em outras regiões tropicais do mundo.

Morfologia
O Alcatraz-pardo é uma ave que se destaca pela sua grande dimensão. Apresentam dimorfismo sexual, ou seja, as fêmeas e os machos apresentam características diferentes. As fêmeas têm bico com ponta rosada e uma mancha negra na parte anterior ao olho, enquanto os machos têm o bico todo amarelo e na base um tom azulado, principalmente ao redor do olho. Os adultos têm uma cor castanho-escuro nas costas, barriga branca e grandes patas amarelas, enquanto as crias são uniformemente acastanhadas.

Comportamento e alimentação
O Alcatraz mergulha para capturar as suas presas, podendo fazê-lo a partir de 15 m de altura dobrando as asas junto ao corpo imediatamente antes de entrar na água. Pode atingir os 2 metros de profundidade nos seus mergulhos, preferindo alimentar-se de peixe, especialmente peixe-voador, peixe-agulha, anchovas e ocasionalmente lulas.

Reprodução
Reproduzem-se nas zonas costeiras e falésias, e o período reprodutor estende-se por todo o ano. É uma espécie colonial, que põe 2 ovos (muito raramente 3) e que em situações de escassez de alimento, a cria mais velha pode empurrar o irmão para fora do ninho.

Ameaças
Localmente, esta espécie sofre de perseguição humana e destruição de ninhos, mas as suas colónias estão também vulneráveis a predadores introduzidos (ex. ratazanas ou gatos), levando mesmo ao desaparecimento de populações reprodutoras nalguns locais nas ilhas. A pesca acidental também é uma ameaça, havendo partilha de zonas de alimentação com os barcos de pesca, tendo já sido encontrado um individuo emaranhado em linha com anzol. Também se encontram frequentemente materiais provenientes da pesca nos ninhos do Alcatrazes que constituem um perigo para os adultos e crias.

Curiosidades
Os alcatrazes não possuem narinas na parte externa do bico. Na realidade estão escondidas debaixo da mandibula superior do bico para prevenir a entrada de água na traqueia quando está a mergulhar.

O trabalho da Biosfera

Desde 2013, no ilhéu Raso, a Biosfera em parceria com a Universidade de Coimbra (MARE-UC), tem vindo a desenvolver vários estudos relacionados com a distribuição no mar, recorrendo ao uso de GPS-Logguers, que são dispositivos de seguimento colocados nas aves, bem como à análise da sua dieta (ex. através de análises de sangue e fezes). Os resultados mostraram até agora que durante a época de reprodução procuram alimento perto da costa. Para além de estudar a dieta e distribuição no mar, também são feitos censos mensais para ver a evolução do tamanho da população. No ilhéu, existem 2 colónias, onde as contagens ao longo dos anos na primeira colónia indicam um máximo de 148 indivíduos e 166 na segunda colónia.