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João Preto/Alma Negra Bulweria bulwerii

Pequeno, inteiramente de cor negra e de hábitos noturnos, o João-preto é uma das espécies de aves marinhas mais difíceis de estudar e onde mais informação falta relativamente à sua ecologia.

  • Estatuto de conservação
    Estatuto de conservação

    Pouco Preocupante

  • Habitat
    Habitat

    Marinho

  • Distribuição
    Distribuição

    Ilha do Fogo e ilhéus Branco, Raso e Cima. É provável que tenha uma distribuição mais vasta no arquipélago, embora ainda aguarde confirmação.

  • Tamanho
    Tamanho

    Comprimento 25-29 cm; Envergadura 63-73 cm

  • Peso
    Peso

    75-139 g

Endemismo
Não. A espécie caracteriza-se por ter uma distribuição circum-subtropical, com populações reprodutoras no Oceano Atlântico (Macaronésia) e no Pacífico.

Morfologia
É uma ave marinha pequena e de coloração negra, com bico encurvado em forma de gancho.

Comportamento e alimentação
É uma espécie pelágica com hábitos noturnos alimentando-se principalmente de peixes e cefalópodes, que estão a cerca de 200m de profundidade. Embora, ela não mergulhe muito, provavelmente captura estas presas meso pelágicas quando migram para a superfície para se alimentarem durante a noite. O chamamento desta espécie é exclusivamente emitido quando está no ninho e é muito característico, assemelhando-se aos latidos de um cão. Normalmente utiliza pequenas cavidades entre as rochas para fazer o ninho.

Reprodução
Em Cabo Verde a espécie reproduz-se de abril a setembro, pondo apenas um ovo por ano que ambos incubam e, posteriormente, cuidam da cria. A postura ocorre no início de junho e a sua eclosão ocorre em meados de julho. Em meados de setembro a cria abandona o ninho.

Ameaças
A nível global, a espécie sofre com a predação por espécies exóticas, tais como, ratos, ratazanas e gatos, etc. e de aves terrestres (ex. corvo). A alta mortalidade está associada à captura acidental por palangres de fundo da atividade pesqueira, e à destruição e perda de habitat das zonas de nidificação.

Curiosidade
James Bulwer, um padre escocês e amador naturalista, em 1828 descobriu pela primeira vez esta espécie nas Ilhas Desertas Portuguesas, dando origem ao nome em inglês de Bulwer’s petrel.

O trabalho da Biosfera

Sabe-se pouco acerca da sua biologia reprodutora, nomeadamente sobre o comportamento de corte, períodos de incubação e padrões de crescimento das crias. Não há subespécies descritas para o João-preto, embora a fenologia reprodutiva seja divergente entre as colónias de Cabo Verde, com a reprodução no ilhéu de Cima (Sotavento) a se iniciar cerca de dois meses antes que no ilhéu Raso (Barlavento). Em parceria com Universidade de Coimbra (MARE-UC), vários estudos têm sido levados a cabo desde 2013 para colmatar esta falha de informação, especialmente no que toca ao seu tamanho populacional no ilhéu Raso, biologia reprodutora, ecologia alimentar, distribuição e identificação de ameaças à espécie.