-
Estatuto de conservação
Pouco Preocupante
-
Habitat
Marinho
-
Distribuição
Ilhéus Rombo, Branco, Raso e Rabo-de-junco (Sal) dos Pássaros e Curral Velho (Boavista). Ilhas de Santo Antão, São Nicolau, Santiago e Maio. Nidificação provável em Santa Luzia.
-
Tamanho
Comprimento 19-21 cm; Envergadura 43-46 cm (de H. castro, espécie similar)
-
Peso
40 g
Endemismo
Espécie endémica de Cabo Verde
Morfologia
O Pedreirinho é a ave marinha mais pequena de Cabo Verde. Apresenta uma coloração preta-acastanhada, distinguindo-se do João-preto pelo seu menor tamanho e, pela barra branca na parte de cima da cauda. As patas são finas e negras. O bico é negro, com a ponta em formato de gancho. Morfologicamente, o Hydrobates castro e Hydrobates jabejabe são impossíveis de distinguir. A separação em duas espécies distintas fez-se apenas por existirem divergências no canto e evidências genéticas que justificavam o reconhecimento taxonómico de uma nova espécie.
Comportamento e alimentação
Alimenta-se principalmente de crustáceos planctónicos, pequenos peixes e lulas. Normalmente reproduzir-se em buracos de falésias ou por debaixo das pedras, de preferência junto à linha costeira e associadas a outras espécies de aves marinhas. Como a maioria das aves marinhas, o Pedreirinho é uma espécie pelágica e migradora, vindo a terra apenas para nidificar.
Reprodução
Durante o período reprodutor, desloca-se vários quilómetros para se alimentar, mas sempre ao largo de Cabo Verde, sem nunca visitar a costa africana. Fora do período reprodutor, os seus movimentos são pouco conhecidos.
Ameaças
As ameaças locais devem-se principalmente à introdução de predadores não nativos. Gatos, ratos e ratazanas são os potenciais responsáveis pelo declínio da sua população em Cabo Verde, sendo as maiores colónias mantidas apenas por estarem em locais inacessíveis a este tipo de predadores.
Curiosidade
O seu comportamento é tão esquivo que para não ser predado em terra, o Pedreirinho é conhecido por evitar visitar a colónia em noites de lua cheia.
O trabalho da Biosfera
Dado o comportamento discreto e às áreas de nidificação remotas e de difícil acesso, as estimativas populacionais estão desatualizadas e/ou incertas. Tal como o João-preto, sabe-se pouco acerca da sua biologia reprodutora, ecologia alimentar e distribuição. A Biosfera em parceria com a Universidade de Coimbra (MARE-UC) têm vindo a trabalhar desde 2013 no sentido de recolher mais informação sobre esta espécie nidificante no ilhéu Raso. O esforço de trabalho aumentou desde 2018, no ilhéu Raso e Branco, com montagens de redes ornitológicas para captura/recaptura de indivíduos para estimar o tamanho populacional, e recolha de amostras biológicas (sangue e fezes) e dados biométricos (asa, tarso, bico e cabeça + bico) e peso. No geral já temos 363 Pedreirinhos anilhados e 36 recapturas no Raso, enquanto que no Branco já anilhamos 117 e 11 recapturados. Para além de Raso e Branco, também estamos a fazer escutas noturnas na ilha de Santa Luzia, para descobrir possíveis colónias da espécie.