POLUIÇÃO MARINHA

Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra e contêm 97% de toda a água do planeta. Eles influenciam o clima e as condições meteorológicas, estabilizam a temperatura, moldam a química terrestre e providenciam um lar para inúmeras espécies de fauna e flora

Cerca de dois terços do oxigénio respirável do mundo é proveniente do oceano, sendo produzido através da fotosíntese de pequenas algas, plantas e fitoplancton. Os oceanos são o verdadeiro pulmão do mundo e, por cada duas inspirações que fazemos, uma vem diretamente do oceano.

O lixo marinho afeta todos os ecossistemas e os seus organismos, sendo que se estima que no oceano já se acumularam mais de 150 milhões de toneladas de plástico. Considera-se lixo marinho qualquer material sólido descartado persistente, manufaturado ou processado, eliminado, abandonado ou perdido no ambiente marinho e costeiro [UNEP, 2005].

O arquipélago de Cabo Verde, para além de estar localizado no Giro do Atlântico Norte, é influenciado, durante todo o ano, por ventos de norte e pela corrente das Canárias. A combinação destes fatores resulta na acumulação de lixo em todas as suas ilhas.

Considera-se lixo marinho qualquer material sólido descartado persistente, manufaturado ou processado, eliminado, abandonado ou perdido no ambiente marinho e costeiro [UNEP, 2005]. Isto significa que, por exemplo, a madeira, se for tratada é considerada lixo marinho, assim como o vidro, apesar de este ter o potencial de se transformar de novo em areia. Tudo o que seja feito ou criado pelo homem e que se encontre indevidamente no oceano é considerado lixo marinho.

Cerca de 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico, nas suas mais variadas formas: macroplástico, microplástico, nanoplástico, microfibras, etc. Este plástico tem diversas origens e pode assumir diversas formas, cores e dimensões, com efeitos devastadores na vida marinha e, por consequência, com impacto na qualidade de vida e na saúde humana.

Resposta: Cerca de 80% do lixo marinho tem origem em atividades terrestres e desloca-se através dos rios, redes de drenagem de águas residuais e por emissários de águas residuais, ou através do vento e posteriormente arrastado pelas chuvas e marés. Apenas 20% tem origem em atividades marítimas, que resultam sobretudo no descargue ilegal de resíduos para o oceano.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) adverte que os oceanos recebem cerca de 13 milhões de toneladas de plástico anualmente, o equivalente a descarregar um camião de lixo no oceano por minuto.

Um relatório divulgado pelo Fórum Económico Mundial refere que, se o nível de utilização dos plásticos a nível mundial se mantiver, em 2050 os oceanos vão ter mais plástico do que peixe, em peso. (Dados de 2016)

O alerta é dado pela WWF (World Wide Fund for Nature), e resultou de um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Newcastle, na Austrália, que trocaram gramas de plástico por objetos palpáveis verificando, assim, este feito. Os microplásticos estão a entrar nos alimentos, na água potável e no ar que respiramos. Estas pequenas partículas têm origem, essencialmente, em fibras artificiais de roupas sintéticas, em algumas pastas de dentes e em pedaços de plástico que gradualmente se vão degradando, quando deitados fora.