Sul do Cemitério, Rua 5 - São Vicente Cabo Verde - geral@biosfera1.com - (+238) 2317929

Osga Gigante Tarentola gigas

A Osga gigante destaca-se das restantes espécies de osgas por ter uma linha clara com cinco marcas ao longo do dorso e uma íris cinza escura com barras claras ao lado dos olhos.

  • Estatuto de conservação
    Estatuto de conservação

    Em Perigo

  • Habitat
    Habitat

    Rochoso

  • Distribuição
    Distribuição

    Ilhéus Branco e Raso

  • Tamanho
    Tamanho

    Comprimento 20 cm

  • Peso
    Peso

    -

Endemismo
Endémica de algumas ilhas de Barlavento. Actualmente confinada ao ilhéu Branco e Raso, uma área combinada de aproximadamente 9 Km2, no passado esta espécie esteve também presente na ilha de Santa Luzia e em São Vicente. Registos fósseis encontrados em ninhos de coruja de ambas as ilhas, apontam para uma extinção recente após o estabelecimento humano em São Vicente e introdução de ratos e gatos em Santa Luzia.

Morfologia
É a maior osga de Cabo Verde atingindo comprimentos de 155mm, apresentando na zona dorsal, uma linha clara que percorre o seu corpo do pescoço ao inicio da cauda com ramificações simétricas, lamelas inteiras nos dedos e duas unhas desenvolvidas em cada pata. A sua coloração pode variar entre o cinza e o cinzento-esverdeado.

Comportamento e Alimentação
Duas subespécies são atualmente descritas para a Osga gigante, uma exclusiva do ilhéu Raso (T. gigas gigas) e outra exclusiva do Branco (T. gigas brancoensis), sendo que ambas estão extremamente bem adaptadas ao clima árido e seco e ao solo vulcânico rochoso dos ilhéus. Movendo-se quase exclusivamente a baixas altitudes, durante o dia é difícil vê-la, uma vez que permanece escondida de olhares indiscretos em covas e fissuras, preferindo sair ao abrigo da noite em busca de alimento. Possui uma dieta bastante variada, muito possivelmente oportunista, que inclui desde restos de peixe não consumidos pelas aves marinhas, a invertebrados, pequenas aves e seus ovos, e até mesmo outros répteis. No ilhéu Raso é o principal (e talvez único) predador natural da Calhandra-do-ilhéu-Raso (Alauda razae). No Branco, onde esta não existe, encontra-se frequentemente associada às colónias de Cagarra-de-Cabo-Verde (Calonectris edwardsii).

Ameaça
Em termos de ameaça, esta espécie está particularmente vulnerável à introdução de predadores exóticos como gatos e ratos, à pressão humana, às alterações climáticas que ditam a disponibilidade de alimento e a alterações nas dinâmicas das relações que estabelecem com as espécies de aves marinhas e terrestres.

Curiosidade
A Osga gigante é a única osga de Cabo Verde a possuir comportamentos sociais e emitir vocalizações.

O trabalho da Biosfera

Em colaboração com a Universidade do Porto (CIBIO-InBIO) e Universidade de Cabo Verde (UniCV), vários trabalhos têm sido desenvolvidos nos ilhéus com o apoio da Biosfera para recolher mais informação acerca da ecologia da espécie. Estes dados são essenciais para a definição de melhores medidas de gestão e de proteção deste endemismo das Ilhas Desertas, bem como sensibilizar e promover a imagem da Osga gigante junto da comunidade cabo-verdiana, como sendo uma parte integrante e única do seu património natural.