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Estatuto de conservação
Em Perigo
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Habitat
Rochoso
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Distribuição
Ilhéus Branco e Raso
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Tamanho
Comprimento 20 cm
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Peso
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Endemismo
Endémica de algumas ilhas de Barlavento. Actualmente confinada ao ilhéu Branco e Raso, uma área combinada de aproximadamente 9 Km2, no passado esta espécie esteve também presente na ilha de Santa Luzia e em São Vicente. Registos fósseis encontrados em ninhos de coruja de ambas as ilhas, apontam para uma extinção recente após o estabelecimento humano em São Vicente e introdução de ratos e gatos em Santa Luzia.
Morfologia
É a maior osga de Cabo Verde atingindo comprimentos de 155mm, apresentando na zona dorsal, uma linha clara que percorre o seu corpo do pescoço ao inicio da cauda com ramificações simétricas, lamelas inteiras nos dedos e duas unhas desenvolvidas em cada pata. A sua coloração pode variar entre o cinza e o cinzento-esverdeado.
Comportamento e Alimentação
Duas subespécies são atualmente descritas para a Osga gigante, uma exclusiva do ilhéu Raso (T. gigas gigas) e outra exclusiva do Branco (T. gigas brancoensis), sendo que ambas estão extremamente bem adaptadas ao clima árido e seco e ao solo vulcânico rochoso dos ilhéus. Movendo-se quase exclusivamente a baixas altitudes, durante o dia é difícil vê-la, uma vez que permanece escondida de olhares indiscretos em covas e fissuras, preferindo sair ao abrigo da noite em busca de alimento. Possui uma dieta bastante variada, muito possivelmente oportunista, que inclui desde restos de peixe não consumidos pelas aves marinhas, a invertebrados, pequenas aves e seus ovos, e até mesmo outros répteis. No ilhéu Raso é o principal (e talvez único) predador natural da Calhandra-do-ilhéu-Raso (Alauda razae). No Branco, onde esta não existe, encontra-se frequentemente associada às colónias de Cagarra-de-Cabo-Verde (Calonectris edwardsii).
Ameaça
Em termos de ameaça, esta espécie está particularmente vulnerável à introdução de predadores exóticos como gatos e ratos, à pressão humana, às alterações climáticas que ditam a disponibilidade de alimento e a alterações nas dinâmicas das relações que estabelecem com as espécies de aves marinhas e terrestres.
Curiosidade
A Osga gigante é a única osga de Cabo Verde a possuir comportamentos sociais e emitir vocalizações.
O trabalho da Biosfera
Em colaboração com a Universidade do Porto (CIBIO-InBIO) e Universidade de Cabo Verde (UniCV), vários trabalhos têm sido desenvolvidos nos ilhéus com o apoio da Biosfera para recolher mais informação acerca da ecologia da espécie. Estes dados são essenciais para a definição de melhores medidas de gestão e de proteção deste endemismo das Ilhas Desertas, bem como sensibilizar e promover a imagem da Osga gigante junto da comunidade cabo-verdiana, como sendo uma parte integrante e única do seu património natural.