Tartaruga-comum Caretta caretta
A tartaruga-comum é um réptil marinho da família Cheloniidae sendo, hoje em dia, a única espécie do género Caretta. Como uma espécie migratória, está globalmente distribuída pelas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do Mar Mediterrânico e dos Oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. Ainda muito está por descobrir acerca da ecologia desta espécie, nomeadamente no que toca aos movimentos de distribuição dos juvenis e adultos, taxas de crescimento e de sobrevivência até à idade adulta e comportamento alimentar e reprodutivo.
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Estatuto de conservação
Em Perigo
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Habitat
Marinho
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Distribuição
Todas as ilhas
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Tamanho
Comprimento 1 m
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Peso
135 kg
Endemismo
Apesar de Cabo Verde ser a segunda mais importante região de reprodução da tartaruga-comum a Norte do Atlântico, ela não é endémica de Cabo Verde, ocorrendo em muitas regiões do mundo. No entanto a população que ocorre em Cabo Verde nidifica apenas aqui.
Alimentação
Esta espécie possui uma dieta variada, podendo alimentar-se de peixes, lulas e outros invertebrados.
Ciclo de vida e Maturidade Sexual
Estes animais passam a sua vida no mar, à exceção das fêmeas que voltam à praia para nidificar após atingirem a maturidade sexual. Estudos apontam que somente indivíduos com mais de 80 cm de carapaça estejam aptos a se reproduzir, o que dependendo das condições ambientais pode demorar entre 10 a 30 anos a atingir.
Reprodução
Uma fêmea nidifica entre 12 a 17 dias, ou 2 a 5 vezes durante a época de reprodução e de cada vez que vem a terra fica vulnerável à desidratação e aos predadores. Por esta razão, as posturas são feitas quase exclusivamente durante a noite. Cada ninho contém em média 80 ovos que demoram entre 45 a 80 dias a eclodir. As fêmeas apenas voltam a reproduzir-se a cada 2-4 anos, mas podendo levar mais do que 9 anos.
Ameaças
Globalmente a espécie tem como categoria de ameaça “Vulnerável”, embora a nível nacional a Caretta caretta esteja na realidade em “Em Perigo”. As ameaças à sua conservação são diversas, sendo que as principais incluem a captura acidental em artes de pesca artesanal e industrial, perda de habitat de nidificação devido ao desenvolvimento costeiro, captura direta para consumo humano ou para utilização em produtos de artesanato, a poluição marinha (em especial plásticos) que mata ou mutila adultos e crias através da ingestão ou emaranhamento e a poluição luminosa por luzes artificiais que provocam a desorientação e a morte de adultos e crias em terra.
Curiosidades
As tartarugas-comuns são especialmente conhecidas pelos seus hábitos migratórios, com alguns indivíduos a fazerem mais de 4828 km.
O trabalho da Biosfera
Em Santa Luzia e São vicente, a Biosfera leva a cabo campanhas de conservação anuais onde é feita a monitorização das principais praias de nidificação. A Biosfera tem vindo cada mais a procurar soluções para mitigar as ameaças à espécie que permanecem preocupantes. Esta monitorização engloba essencialmente a contagem de rastos e ninhos e o salvamento de fêmeas perdidas ou enredadas as redes de pesca, bem como ao ataque de cães. O trabalho tem como principal objetivo a proteção de crias e adultos, mas também de contribuir para os estudos sobre a ecologia da espécie.