As espécies pertencentes à família dos sulídeos normalmente não migram, vivendo ao longo do ano em regiões tropicais e subtropicais dos oceanos Atlântico, Pacifico e Indico. No entanto em Cabo Verde, a presença desta espécie é relativamente recente e ainda não foi confirmada a sua reprodução, além do registo de uma tentativa no ano 2021, com a confirmação da postura de um ovo na ilha de Santiago. Supõe-se que os indivíduos que por aqui passam, usem as ilhas como pouso de descanso para mudar as penas (maioritariamente juvenis), mas não se sabe de onde elas veem.



Pouco Preocupante
Marinho
Espécie rara, atualmente presente no ilhéu Raso.
Comprimento 69-79 cm; Envergadura 152 cm
850-1100 g
Endemismo
Não. É uma espécie que visita Cabo Verde em algumas alturas do ano e que ocorre em outras regiões tropicais do mundo.
Morfologia
É uma espécie com plumagem polimórfica com grande variação cor entre os indivíduos. Alguns indivíduos são completamente brancos, com barras negras a percorrer as pontas das asas, outros são completamente castanhos, enquanto outros variam com coloração escuras ou claras, na cabeça, cauda, dorso e barriga. Possuem bico azulado e patas vermelhas. As fêmeas são maiores que os machos, mas isso não tão evidente como no alcatraz-pardo.
Comportamento e alimentação:
É extremamente ágil durante o voo, e atinge velocidades impressionantes quando está a mergulhar para pescar. Comparativamente ao Alcatraz-pardo que é mais costeiro, o alcatraz de patas-vermelhas é uma espécie pelágica, afastando-se da costa e da colónia e viajando para regiões do alto mar para se alimentar. A dieta da espécie consiste de pequenos peixes, como o peixe-voador, e de lulas que são capturas mergulhando ou mesmo em voo junto à superfície do mar.
Reprodução
Ainda não foi confirmada a sua reprodução em Cabo Verde, além uma tentativa na Baía do Inferno em Santiago, onde um casal terá colocado um ovo, mas que não chegou a eclodir.
Ameaças
Em termos de ameaça, a nível global, esta espécie é particularmente vulnerável à caça e à destruição de zonas de nidificação, por desflorestação ou desmatação. A introdução de espécies em ilhas desertas, assim como o abandono de animais domésticos nas ilhas habitadas, são uma forte ameaça para esta espécie.
Curiosidade
Esta espécie faz o seu ninho em árvores, ao contrário do que acontece com o alcatraz-pardo que põe os seus ovos no chão.
Outrora uma espécie rara em Cabo Verde, o Alcatraz-de-patas-vermelhas tem vindo a ser visto com cada vez mais frequência no ilhéu Raso, associado às existentes colónias de Alcatraz-pardo, onde de momento não há registos de reprodução. Até ao presente momento já foram contabilizados um total máximo de 133 indivíduos da espécie no ilhéu Raso desde 2018.
Desconhece-se por enquanto as causas deste aparecimento regular, bem como a origem desta pequena população, maioritariamente composta de indivíduos imaturos. Como a última espécie a ser estudada pela Biosfera, a ONG em conjunto com os seus parceiros (Universidade de Coimbra - MARE) tem trabalhado no sentido de responder a esta questão, bem como de perceber se se tratam dos mesmos indivíduos a visitar o ilhéu de ano para ano, a sua distribuição no mar, a dieta e se há competição entre a espécie de Sula sula e Sula leucogaster.